quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Somos diferentes

Somos campeões de Portugal, da Europa e do Mundo. Estamos à frente do campeonato nacional.No entanto reconhecemos (sabemos reconhecer) que não estamos bem, que estamos a jogar de uma forma desastrosa, que a equipa está desmoralizada e a jogar sem chama e sem querer.
Sabemos ver que tem sido uma época desfasada e atípica em que se têm acumulado erros sobre erros. No entanto, apesar dos sucessos recentes de que nos orgulhamos, sabemos ser humildes e reconhecer os nossos fracassos. Não nos consideramos os melhores do mundo, com as prosápias dos medíocres e dos falhados. Somos, de facto, diferentes. Ainda bem

terça-feira, fevereiro 15, 2005

O rato que ruge...

Lembro-me de nos princípios da década de sessenta ( julgo que foi por essa altura!) ter aparecido um filme com o Peter Sellers (é urgente a minha necessidade de tratamento psicológico, pois, agora, sempre que falo do criador da 'Pantera Cor de Rosa', sinto um calafrio, já que me lembro Del Neri), um filme, dizia eu, chamado "O Rato que ruge". Era uma comédia engraçada, uma fábula que metia uma invasão a Nova Iorque... por um pequeno país que tinha descoberto uma bomba... Segredos militares...espionagem... Todos os condimentos de que um comentador político não pode prescindir.
Lembrei-me disto, quando deparei com um artigo de um conhecido e enciclopédico comentador político da nossa praça, perito em estratégias militares (aliás eu julgo que ele é perito em todas as matérias sobre que disserta) que, aquando da guerra do Iraque, dava sempre a entender, pois era isso que insinuava, estar na posse de outros segredos de que só ele tinha conhecimento (segredos de polichinelo), mas que de forma alguma podia revelar por serem altamente confidenciais. Sabia-os ele e não sei se Deus. Se calhar até sabia onde os iraquianos escondiam as armas! E o George W. Bush passou a guerra toda sem o consultar! Mas, temos que concordar que, aí, a culpa foi do Durão Barroso que na cimeira dos Açores se esqueceu de falar nele ao presidente americano .
Pois este fabuloso comentador político, quando puxa da memória é o cabo dos trabalhos. Lembra aquilo que mais ninguém recorda. A memória dos homens é curta, só a dele é de elefante. Nuno Rogeiro é o homem que tudo sabe e sobre tudo opina. No referido artigo traz ele à colação, para prevenção dos incautos, os erros cometidos pela governação de Guterres no seu 2º mandato, como se os coligados detentores da actual governação, apesar de demitida, o não estivesse continuamente a relembrar a cada hora e momento. Esqueceu-se, porém, de mencionar que, passados três anos, as melhoras não foram nenhumas e, se disparates houve no giuterrismo, e foram muitos, as melhoras posteriores não foram nenhumas, antes pelo contrário. Para não falar no desconchavo dos meses santanistas.
Não, não se trata do rato que ruge, mas sim do Nuno que roge. Vai tudo dar ao mesmo.

Gabi

A flatulência intestinal, apesar inerente ao ser humano e não só, é sempre incomodativa para quem tem de a suportar.
Ora o nosso douto, prestigiado ( ele julga que é!!!) comentador lampião do Canal 1 da Televisão, o famigerado Gabi, usa e abusa das desagradáveis ventosidades. Volta e meia:« Portugal t'rá que...», « o defesa cicrano t'rá que...», « o jogador beltrano t'rá que...». Traques para aqui, traques para ali. Durante um qualquer desafio os traques deste senhor são às dezenas. Reparem, se ainda não deram conta. Já sabíamos que quanto aos seus conhecimentos futebolísticos, quanto às suas análises, quanto a tácticas, quanto a estratégias de jogo, toda a sua verborreia não passa de uma trampa pegada. Mas acompanhar tudo isso com uma caterva alucinada de traques... francamente, cheira mal.

Se o meu país...

  1. - Se o meu país fosse um país de gente séria, a Justiça seria idónea e séria, imparcial e atempada e não o simulacro com que a cada momento deparamos e nada tem a ver com o que se crê ser um estado de direito Não seria esta república das bananas em que os casos judiciais dos ricos e poderosos se deixam prescrever com a total impunidade de quem é responsável por essas prescrições, em que os magistrados de um conselho de disciplina agem persecutória e despudoradamente contra um clube que não lhes é afecto, em que grande número de doutos e meretíssimos juízes se preocupa mais com o protagonismo mediático do que com o isento julgamento das causas. Coisas de terceiro mundo? Se calhar de quarto!
  2. - Se o meu país fosse um país de gente séria, as investigações judiciárias e as actuações do Ministério Público teriam um carácter de procura da verdade, assente em critérios de isenção e rigor, e não com um ar de questão encomendada com propósitos e fins pouco claros. Os recentes exemplos da pedofilia em julgamento e o caso do Apito Dourado são bem elucidativos do que acabo de referir. Só há (havia) pedófilos numa determinada área política? E a alargadíssima rede de que se falava , até na imprensa estrangeira, são só meia dúzia de gatos pingados? O Carlos Mota não é ouvido nem constituído arguido porquê? Mas ninguém lhes vai à mão, não vão ficar chamuscados! No Apito Dourado (ou será vermelho desbotado?), no fim de contas, todo o mundo do futebol é corrupto, todos, de norte a sul e até das ilhas (é para espantar!!!) têm culpas no cartório. Todos não. Os únicos de mãos limpas, os impolutos (com um passado no mundo dos negócios pessoais de estarrecer, mas isso não interessa!!!) são os dirigentes, os árbitros, os agentes desportivos sediados na capital. Abençoados sejam!!! É dos mais elementares princípios da teoriazação política e económica que as manigâncias e as trafulhices, a corrupção e o despautério financeiro, os jogos de pressão e de influências se dão onde se encontra e centraliza o poder político, administrativo e económico. Entre nós não é assim. Em Lisboa estão os bons. O resto do país é que não presta. Cabalas? Deus me livre. São só coincidências.
  3. - Se o meu país fosse um país de gente séria, não havia um ministro das finanças, sectário adepto de um determinado clube, que aproveita o facto dessa instituição pretensamente não ter dívidas ao fisco ( é curioso que sendo ainda há pouco o clube com mais problemas financeiros do país, por um golpe de mágica, e depois de construir um estádio novo, e depois de ter jogadores com os salários mais altos do país, Nuno Gomes, Roger... passou a não devedor!!! e ainda dizem que não há milagres!!!) para lançar um anátema sobre os outros que se preocupam por ter uma gestão correcta e atravessam dificuldades de vária ordem e lhes reclamar dívidas que, se calhar, não são devidas. Outro Catroga? Se se preocupasse com as fugas aos impostos daqueles que gravitam lá pelas bandas do seu partido e do seu clube!!!
  4. - Se o meu país fosse um país de gente séria, os dirigentes dos clubes e os agentes desportivos procurariam ser um pouco mais transparentes e honestos nas suas atitudes e, vá lá, a ter um bocadinho mais de cultura geral, o que, diga-se de passagem, só lhes ficava bem.
  5. - Se o meu país fosse um país de gente séria, a comunicação social não estaria apenas mancomunada aos interesses do e da capital e aos interesses de um único clube, não ostracizaria quem mais tem feito pelo seu país em termos desportivos nos últimos anos e procuraria ser isenta e imparcial.
  6. -Se o meu país fosse um país de gente séria, não haveria líderes partidários que em campanha se aproveitariam de um acontecimento de luto religioso para tirar aproveitamento oportunista e demagógico do facto.
  7. - Ai, se o meu país fosse um país de gente séria...

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Não acredito

O homem julga que somos todos parvos. Passa um discurso a fazer insinuações gravosas sobre o seu adversário e depois vem dizer que se sente ofendido, porque, afinal, não disse o que disse.
E sou eu social-democrata!
Valha-nos Deus. A quem estamos entregues. Sá Carneiro deve ter dado duas voltas na sepultura, ao ouvir estes dislates de alguém que anda sempre com o seu nome na boca. Já eu dizia outro dia: a campanha ainda não começou e já estou farto dela.
Esclarecimento de ideias? Propostas sensatas e concretas? Dignidade nos debates e na propaganda? Foi tudo chão que deu uvas.

Olhem, vou mesmo prégar para outra freguesia.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Será desta que se acerta?

José Maria Pedroto
José Mário Mourinho
José Júlio M.Couceiro
Se este José for na linha dos anteriores pode ser !!!... Seria uma trilogia de espavento. Dizia uma das personagens do nosso genial Gil Vicente, dirigindo-se à sua interlocutora, a propósito da necessidade de uma pessoa ser capaz de se desenvencilhar das dificuldades:
«Filha, no Chão do Couce
quem não puder andar, choute».
Quer seja a choutear quer seja a andar normalmente ou até a correr, o que é importante é que o Couceiro vá atrás dos Zés seus antecessores e tire rapidamente a equipa deste atoleiro em que caiu. Nada está perdido, mas a atitude da equipa tem que mudar radicalmente. Comer a relva se preciso for. E jogarem para a frente com coragem e velocidade. Nunca para trás e para os lados,com jogadas estereotipadas, a darem aos adversários todas as possibilidades de marcação. É fundamental criar outro espírito, outra mentalidade. Mesmo correndo riscos. Sem isso, nada feito.
Como tenho vindo a referir há muito tempo, é certo que as asneiras do V. Fernandez foram muitas e graves,escamoteadas por alguns resultados sofríveis, mas ele não foi o único nem o principal responsável. O que Miguel Sousa Tavares afirma hoje no seu artigo "Nortada", tenho-o eu dito muitas vezes. Mesmo que se consiga recuperar, não se pode esconder a quantidade incrível de disparates que foram cometidos. O clube foi prejudicado e altamente prejudicado.
Agora, mudando de assunto.
Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa, por favor, ponha o Domingos Paciênciaa desempenhar outra tarefa, seja a lavar roupa, seja a pintar paredes, qualquer outra coisa, menos o que está fazer, pois, já que está em maré de mudanças, substitua-o e ponha no lugar dele um treinador que incuta nos jovens espírito de conquista de modo a que a equipa B se torne um verdadeiro alfobre de jogadores para a equipa principal.Neste momento, quantos jovens estão a jogar com os mais velhos? A promoção dos jogadores feitos nas camadas jovens que era uma marca do nosso Porto, está pelas ruas da amargura. É para irem lá para fora? Há muita coisa que não percebo e gostava de perceber, como, por exemplo, o que está por detrás disto tudo. O interesse do clube não é, tenho a certeza.
Gostaria imenso de ver estes temas debatidos nos blogs dos meus consócios, mas, excluindo o "Tripanário" no "Óculos azuis e brancos", consócio a quem presto a devida vénia, não vejo mais ninguém a querer tratar destes assuntos. Assim como a falarem das outras modalidades que são o nosso orgulho, apesar de não se tratar do voleibol e do futsal, hoje em dia aquelas que, de acordo com a ênfase que lhes é emprestada pela comunicação social, devem ser as de maior prestígio em todo o país. O nosso clube é tão grande até por isso!
Se, às vezes, começarmos a debater estes problemas, se começarmos a fazer dos nossos blogs um forum em que o denominador comum seja o entranhado amor ao nosso clube, talvez um dia a família bloguista do nosso Porto comece a compreender a força que podemos ser e o espaço que podemos construir. E tornar cada vez maior o nosso Porto-Dragão, clube a que nos orgulhamos de pertencer. Talvez um dia.

Agora, meus amigos, como é altura do Carnaval, vou até ao Alentejo sambar durante uns tempos. Não sei dançar, mas com tantos brasileiros que temos alguma coisa hei-de aprender.