quarta-feira, julho 27, 2005

Reconheço...

  • Pronto, rendo-me. Tenho que reconhecer que os "avantes" são o exemplo do que de melhor há no jornalismo. Imparcialidade, justiça, isenção, seriedade, compostura, notícias fidedignas, respeito por todos, equidade de tratamento, ausência de facciosismo clubista, distanciamento em relação aos lobbies, incolumidade face às pressões, em suma, exemplares. Não damos por isso? Culpa nossa.
  • Depois de ter lido o que o Paulo Barbosa refere do kadhafi e de ver o que se passa com o sacristão do Veiga ( por que será que para estes a justiça não se mexe? é estranho, não é?) quero crer que o "facínora" do Jorge Nuno não passa de um "menino de coro". Se calhar o povo até tem razão quando diz que as grandes falcatruas estão onde está o poder. e, a meu ver, o poder económico, judicial, governativo, etc.,etc., não moram para os lados do "dragão", pois não? "Vox populi!..."
  • O presidente do «maior clube do mundo» afirmou há pouco tempo, numa daquelas tiradas grandiloquentes registadas de pronto pelos seus serventuários que enxameiam os pasquins lisboetas ou pululam de poia em poia à volta do grande chefe, que há «clubes que já copiam o seu clube». Primeiro pensei que o kadhafi devia estar com os binóculos ao contrário e se referia à imitação grotesca que os benfas, no caso Feher, estavam a fazer da manifestação genuina de dor (sem o espavento e a encenação patéticos que em Lisboa se registaram ) aquando da morte do Rui Filipe ou então à contratação do Rodolfo Moura que foi para a capital ensinar aquilo que aprendeu noutras paragens ou... mas depois vi que o "santo" de Alverca devia estar a ser mais emblemático e estaria a apontar para alguns que lhe querem copiar as trafulhices.
  • Grande ascendente ( provavelmente de índole económica) deve ter o "senil da cunha" sobre o seu clube, para poder dizer as bacoradas que constantemente apregoa (agora tem andado mais calado, o que pressagia borrasca) e não ser chamado à pedra pelos sócios. Quem cala consente...e em tudo é conivente.

Afinal...

Andávamos todos abespinhados com o "avante" vermelho, porque nunca concedia honras de primeira página ao nosso glorioso dragão: nem conquistas de campeonatos, nem supertaças, nem taças de Portugal, nem UEFA, nem Champions League, nem Taça Intercontinental, nada...Não havia nada que lhes merecesse essa concessâo. Um treinozito dos lampiões era para esses arautos da informação que se arrogam de referência muito mais importante que a bagatela dos títulos atrás referenciados!
Eis senão quando... ao entrar hoje no quiosque, onde diariamente compro os meus jornais, deparo com o "fabuloso"(?) em toda a primeira página numa de "révanche" descabelada e injusta contra o anterior clube que representou.Em toda a 1ª página!!! Curiosamente trata-se de uma transcrição de uma entrevista concedida pelo referido jogador a um periódico brasileiro e, remetendo para o interior, a notícia pouco ou nada acrescenta àquilo que proclama na tal 1ª pagina.
Perguntar-se-á então que objectivos presidem a este tipo de actuação? Que tipo de idoneidade e isenção são estes?
Quando é que teremos em Portugal uma operação «jornalismo dourado»? Se isso ocorresse, então é que veríamos bem a "trampa" em que estamos atolados e a responsabilidade desse intocável e corrupto poder, um dos principais responsáveis pelo estado miserável a que chegámos. Mas como somos um país em que a grande maioria é vermelha, lá vamos « cantando e rindo», como se dizia no tempo de Salazar.
É por essas e por outras que cada vez me orgulho mais de ser "PORTISTA" e de não ir por aí.

domingo, julho 24, 2005

Tremam, tremam...

Tremam, tremam... colossos da velha Albion, colossos da Baviera, da Catalunha, de Castela, de Milão ou de Turim, tremam e abandonem o barco que as vossas efémeras glórias acabaram. Cesse tudo o que de vós diziam ou cantavam que um valor mais alto se levanta. Nem mais nem menos do que o maior clube do mundo. Somos um país pequenino, mas que importa? Vamos ter o maior clube do mundo! Os kits vendem-se aos milhões. O governo e a oposição estão de acordo, a imprensa escrita e a falada também estão. Só vos resta, clubes da escumalha, renderem-se ao poderio do mais forte e prestarem a vossa vassalagem. Quem tiver "orelhas" para ouvir que oiça! O resto é só conversa. É bom de ver.

terça-feira, julho 05, 2005

Um olhar do Norte

Hoje de manhã, numa esplanada de praia, enquanto esperava pelo café, dei com os olhos num "avante" vermelho de domingo passado que ficara esquecido numa cadeira vizinha. Como é jornal (?) que só compro às terças-feiras (já disse pessoalmente ao MST, no estádio do Dragão, que ele é o responsável pela minha indesejada contribuição desse dia para um dos órgãos da auto proclamada "instituição", órgãos esses que, pela sua notória falta de isenção, pelo seu facciosismo doentio, pela total ausência de escrúpulos, quando se trata de defender a sua dama e atacar principalmente o FCP, aborreço sobremaneira), como só compro nesses dias (e nem sempre), dizia eu, resolvi passar uma vista de olhos pelas páginas, apesar de atrasadas. Eis senão quando, no meio da costumada e proverbial propaganda rubra ( e também verde há que dizê-lo) deparo com um artigo de opinião de Jorge Olímpio Bento, com o título "Da história do ovo e da galinha", artigo esse que suponho fazer parte da crónica semanal do autor referida em epígrafe e que surgiu a meus olhos como uma lufada de ar fresco na pasmaceira balofa e bacoca das notícias e comentários do citado jornal(?).
Refere-se ao problema da arbitragem em Portugal, sempre tão em voga, mas principalmente agora, num momento em que os camaleões ( como é que o senil disse uma acertada?) andam por aí à solta.
Trata-se de uma crónica onde a agudeza de espírito se alia a uma justeza de apreciação que os espíritos bem formados e isentos deveriam aproveitar para seriamente meditar.
Dada a importância do artigo, com a devida vénia, permito-me respigar alguns excertos:
«(...) Também me intima a voltar à liça o terreno falso em que os árbitros andam a lavrar. Reclamam as luzes da ribalta;julgam-se protagonistas do jogo como os atletas e treinadores e querem ser parceiros dos dirigentes!Isto revela a ideia pervertida que têm da sua função.Eis a corporação nos píncaros da insanidade cega e da loucura deslumbrada!
Volto a repetir, se necessário letra a letra e com assinatura reconhecida em cartório: a arbitragem é o pior sector do nosso futebol. (...) a arbitragem mostra a parte negativa e negra do nosso futebol; é o lado visível do icebergue da baixeza e mediocridade.
A precisão da última formulação não ilude o facto de a qualidade do nosso futebol ser superior à da arbitragem, o que é bem provado pelo nível da nossa participação no cenário internacional,p.e. pelo lugar que a Selecção ocupa no ranking da FIFA. Não escamoteia igualmente o facto de os nossos árbitros serem indesejáveis nesse mesmo cenário. E tem a vantagem de subentender que as responsabilidadese culpas do mau estado do sector devem ser repartidas por vários agentes e não apenas pelos árbitros. Os dirigentes das organizações do futebol e os críticos estão também implicados: os primeiros porque - vá lá saber-se porquê! - mantêm uma situação que atrai sobre si salpicos de lama e podridão; os segundos porque nem sempre se pautam pelo dever de isenção e muitas vezes falam, escrevem e manipulam ao serviço da alienação. Uns e outros sabem e consentem de mais; dão-se bem com a ordem estabelecida, como se fosse um vento que lhes sopra de feição e traz conveniência.
Isto em nada alivia e diminui as culpas dos árbitros e dos seus chefes e mentores. Nem justifica ou branqueia o excesso de actuações e protagonismos inaceitáveis em que as equipas de arbitragem são useiras e vezeiras. Nem tampouco passa um atestado de asseio, brancura, decência, transparência e urbanidade à orientação e conduta da corporação. Quero sim afirmar que, na água da arbitragem, vem à tona tudo quanto de instintivo, irracional, primitivo, sujo, amoral, rasteiro, indigno,anticívico pasta no nosso futebol, lhe tolhe os passos e poda as asas, impedindo-o de correr lesto e voar mais alto.
A fazer fé no que se diz, vê e ouve, nos sinais que se fazem e no fumo que se adensa, o desconcerto da arbitragem expressa e reproduz um clima de pressão, condicionamento, corrupção e falcatrua. Parece até que este clima não é local; pelo contrário, abrange todo o território, o que alarga a malha dos culpados e encurta a dos ingénuos e inocentes. A tal ponto que não é de boa jurisprudência pôr as mãos no fogo por ninguém.(...) Não sei se algum (dirigente) está envolvido em práticas de aliciamento, chantagem, manipulação e corrupção dos árbitros. (...) Todavia há uma coisa que eu sei e tenho de fonte segura que é a experiência da minha vida: muito dificilmente alguém é abordado se não for abordável, é aliciado se não for aliciável, é manipulado se não manipulável, é comprado e subornado se não for vendível e subornável.
Com isto quero dizer que,no panorama de acusações e suspeitas que rodeiam a arbitragem, se repete a história do ovo e da galinha. O que é que surge primeiro: a vontade dos dirigentes para condicionar os árbitros ou a pré-disposição destes a serem abordados? São os dirigentes que assumem o risco e a iniciativa de captar as simpatias e favores dos árbitros ou são estes que se insinuam, pôem a jeito e abrem a porta a contactos, sugestões e propostas? São feitas ofertas a árbitros ou são estes que as pedem e reclamam? São abordados a contragosto ou, pelo contrário, não se fazem muito rogados? Os agrados são para beneficiar ou para não prejudicar quem os faz? Etc....»
O artigo não acaba aqui, mas cuido que transcrevi o essencial. Se os Serpas, os Márcios, os Ritas, os Farinhas, os Cruzes (canhoto) dos Santos, os Guerras, os Bonzinhos e os Mauzinhos, para não falar nos sevandijas que pululam no "avante" verde, se todos aqueles que, com culpas no cartório, peroram sobre a arbitragem, meditassem honestamente sobre o assunto, outro galo cantaria!