quinta-feira, agosto 04, 2005

Há homens e homens...

Tinha ouvido falar da "corajosa" entrevista concedida pelo jogador Francisco Rodrigues Costa, conhecido no mundo do futebol por "Costinha", entrevista muito badalada na comunicação social lisboeta, o que me pôs logo de pé atrás, porque das bandas dos referidos media tudo o que aparece ou é para denegrir os "dragões" ou para desestabilizar. Coisa boa não é, tenho a certeza. Mas confesso que não a tinha lido. Tive agora oportunidade de a conhecer ou, pelo menos, parte dela, na transcrição que o blog "Portogal" faz.
Em primeiro lugar acho graça ao epíteto de "corajosa" a uma entrevista feita a posteriori e a coberto de eventuais retaliações ou até de simples chamadas de atenção. Assim também eu. Faz-me lembrar um rafeirozito de um vizinho que, nos meus tempos de infância, quando se via protegido pela segurança das grades da casa do dono e da sua casota, infernizava a vida de qualquer pessoa ou animal que se acercasse. Parecia que queria rebentar com tudo e com todos. Uma vez, por descuido, a dona deixou a porta aberta e o bom do rafeiro, temendo o perigo, acolheu-se ao fundo da casota, pouco se importando com quem passava. Também era muito corajoso!
Para mim um homem, para lá dos méritos profissionais que eventualmente possua, revela-se vertical, quando se sabe portar com dignidade em todas as situações, por mais adversas que pareçam, o que até nem é o caso. Compare-se a situação de despedida de um Deco ou dum Iankauskas com as dum Costinha, dum Fabiano ou dum Leo Lima. A dignidade de uns e de outros.
Se é verdade que o FCPorto ficou a dever a Costinha alguns momentos inolvidáveis na vida do clube, não é menos verdade que foi no clube que o jogador se realizou em termos de carreira futebolística. Pese o facto de eu concordar com algumas das considerações que tece em relação ao ano transacto, a sua dignidade e o respeito que, apesar de lagarto, deveria ter em relação à instituição que tanto o projectou deveriam merecer outra atitude da sua parte.
Chamar-lhe-iam "ministro" por, no fim de contas, reflectir aquilo que com frequência observamos em termos de governação do país?

1 Comments:

At 5 de agosto de 2005 às 12:05, Anonymous Anónimo said...

Se ele era o Ministro, então... foi bem remodelado.

 

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