Afinal há coincidências
Ontem, depois de ter escrito o meu post, quando ligo a televisão, à hora do jantar, sou confrontado com uma conferência de imprensa de Nuno Cardoso, onde, perante as câmaras de televisão, refere as suspeitas a que eu aludia no meu comentário.
Hoje, Francisco Assis, num dos ziguezagues em que o PS é useiro e vezeiro, vem verberar o ex-autarca no sentido de lhe tirar o tapete como que a dizer-lhe «se tens pretensões à Câmara do Porto, podes tirar o cavalinho da chuva!». Politicamente correcto, solidariamente incorrecto.
Eu, como não acredito na justiça portuguesa e entendo que, nos últimos anos, são constantes os indícios de que a promiscuidade entre os dois poderes é uma realidade, mantenho tudo aquilo que afirmei. E tenho quase a certeza de não andar longe da verdade.
A propósito do propósito de Marcelo Rebelo de Sousa se aprestar em fazer campanha por um governo que ajudou a derrubar, vieram-me logo à ideia aqueles versos de Sá de Miranda:
Homem dum só parecer
Dum só rosto, duma só fé
D'antes quebrar que torcer
Outra cousa pode ser
Homem de Corte não é.
Para mim que, há trinta anos, vou registando a maneira de Marcelo estar na política, custa-me confirmar mais uma vez que o distinto professor não corresponde minimamente ao paradigma apontado de forma sábia pelo nosso poeta do século XVI. Que também se doutorou pela Universidade de Lisboa.
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