terça-feira, novembro 23, 2004

Coisas do arco da velha

  1. - Aproxima-se o jogo do tudo ou nada referente à Liga dos Campeões. Vamos lá ver se desta vez conseguimos aquilo que até aqui não foi ainda possível, umas vezes por incúria outras por falta de sorte: a vitória. Tem de haver coragem, união, serenidade e confiança. E lutar até ao fim. Se juntarmos todos estes predicados e um bocadinho da sorte que teima em nos faltar,venceremos.
  2. - Ou eu me engano muito ou anda tudo às avessas. Em tempos não muito distantes, se bem me lembro, como diria o saudoso Vitorino Nemésio, houve para aí um presidente de clube e o seu convertido sacristão que, a propósito de um prélio com um clube que lhes provoca engulhos, insónias, azia e todo a panóplia de distúrbios neuro-fisiológicos, resolveram, antes do referido jogo, encetar uma vergonhosa campanha de intimidação do adversário (o problema dos bilhetes, a dispersão dos adeptos contrários,etc. etc.). Como perderam o desafio, o espectáculo proporcionado pelos referidos senhores (até me custa chamar 'senhores' a indivíduos daquela estirpe) foi dos mais vergonhosos e deprimentes que alguma vez teve lugar num final de encontro. Pois não são esses mesmos senhores, acompanhados por um outro "oco de tino", que têm o desplante de pedir audiência a dois membros do governo(???) para, Deus do Céu, darem o seu valioso contributo, em prol da dignificação do fenómeno desportivo em Portugal. Aonde chega a arrogância e a desfaçatez! E os senhores membros do governo, com muito subserviência, aceitaram. Se calhar o contributo foi tão somente este «nós demos o nosso apoio ao vosso partido, nas últimas legislativas; se não nos derem o título desta época, iremos apoiar o outro!» Nesta perspectiva, podiam lá deixar de os receber!!! Se os da oposição e os do governo, são, no fim de contas, farinha do mesmo saco!
  3. - Li hoje num jornal muito atreito a esse tipo de informação que, de todo o elenco ministerial, sete são lagartos, seis são lampiões, dois 'velhos do restelo', três sem filiação clubista (se calhar à espera de ver como param as modas!) e um híbrido que tanto apoia o Porto como o Boavista (será possível?). Como se vê pela notícia, trata-se de um governo profundamente descentralizado, que nada tem a ver com a macrocefalia lisboeta, que transfere para a política o profundo empenhamento descentralizador que o anima. Tão inocentes que eles são! É por essas e por outras que andamos tão bem governados! É por essas e por outras que a arrogância e a prepotência dos clubes da capital são cada vez mais manifestas! E nós? Vamo-nos entretendo a dar tiros no pé.
  4. - O problema da Federação Portuguesa de Andebol é um verdadeiro "case study" naquilo que o desporto federado tem de mais negativo e promíscuo. E também da inépcia e da insensibilidade do governo em geral e do secretário de estado em particular. Como é possível que se tenha deixado arrastar um problema ao longo de três anos com manifesto prejuízo dos clubes que investiram na modalidade, contratando técnicos e jogadores para poderem participar nos campeonatos europeus para, depois de todo o esforço e empenhamento, serem impedidos de o fazer pela prepotência atrabiliária e peçonhenta de alguém que se arvora em dono e senhor da modalidade, num egolatrismo inqualificável, só possível porque tem por trás, por um lado uma caterva de imbecis, aduladores e serviçais que se dizem mandatados pelas respectivas associações as quais pouco ou nada têm feito pelo andebol, por outro pelos clubes da capital (o exemplo dos lagartos é a prova manifesta da traição aos compromissos assumidos), especialmente de um certo clube (era capaz de apostar!) a quem a hegemonia dos clubes do norte (hegemonia que ele pretende recuperar a todo o custo) causa demasiados engulhos. É obvio que sem clubes como o ABC, o Porto, Águas Santas e os demais da Liga o percurso se torna muito mais fácil!... Com tantos prejuízos ao longo de todo o processo, como é que só agora foi possível tomar a decisão que se tomou! E ainda por cima com novas chantagens a desenhar-se no horizonte!? Que diabo de governo é o nosso?
  5. - Ainda e a propósito. Não houve um celerado que ousou censurar o Carlos Resende pelas posições assumidas enquanto vice-presidente da associação de jogadores? Um mentecapto qualquer que, se calhar, nunca pegou numa bola de andebol ou então era capaz de pensar que se tratava de uma bola de futsal, a criticar o melhor jogador português de todos os tempos por este ter tido a coragem de denunciar a pouca vergonha do comportamento federativo. Vê-se bem que o tal indígena deve ser um estrénuo defensor da modalidade. Há gente muito imbecil.
  6. - 900.000 euros é muito dinheiro. Há disparates que custam muito caro! E se tivesse sido só este!
  7. - Senhores jornalistas de Lisboa e arredores: se o Pauleta ultrapassar o Eusébio em golos marcados ao serviço da selecção passa a ser o imperador Pauleta? Ou o moçambicano é pura e simplesmente destronado?
  8. - Não deixem de ler o artigo de hoje do Miguel Sousa Tavares na rubrica 'Nortada', intitulado "Também queremos fazer queixinhas". Simplesmente delicioso.

1 Comments:

At 24 de novembro de 2004 às 11:26, Anonymous Anónimo said...

Mutio bem! Apoiado!

 

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