terça-feira, novembro 16, 2004

Faz hoje um ano

Dia 16 de Novembro do ano da Graça de 2003. Inauguração do belo, magnífico, confortável, acolhedor, deslumbrante, grandioso ESTÁDIO DO DRAGÃO. O Estádio do meu clube. O grande Estádio da minha cidade. O Nosso Estádio.
Foi um dia de emoções fortes. Era o orgulho de ser um portista de sempre, de desde que se conhece, um portista que ama e estremece o clube da sua paixão, um portista que viveu as horas de glória e as vicissitudes com o mesmo denodo e a mesma devoção com que se enfrentam as grandes causas; era a honra de pertencer a um clube que o mundo inteiro respeita a acarinha e que, se dentro de portas não tem a mesma consideração, é apenas por inveja, mesquinhez, despeito e estultícia.
E a festa foi linda de se ver! Que espectáculo! Por que será que duas pessoas que pouco ou nada tinham a ver com o F.C. do Porto, passaram a admirá-lo e respeitá-lo a partir dessa altura: refiro-me ao arq. Manuel Salgado e ao ilusionista Luís de Matos!
Bem hajas, meu Porto, meu Porto tão velhinho, mas de eterna mocidade!


Hoje, ao compulsar o 'Avante Lampião', pecado que cometo às terças-feiras, por culpa exclusiva do meu prezado consócio Miguel Sousa Tavares, deparei, na página seguinte àquela onde vem a sua refrescante 'Nortada', com um artigo de opinião de um tal Fernando Guerra ( com dois dedos na face e um no queixo numa mise en scène da estátua de Rodin), um artigo epigrafado: «Afinal eles são maus...». Pensei de imediato que devia estar a relatar o inqualificável acto de selvajaria ignara e estúpida dos adeptos benfiquistas, no fim do jogo com o Marítimo, vandalizando a sede da Casa do F. C. do Porto, que ainda nem inaugurada foi. Salafrários que, não contentes, agrediram ainda dois agentes da autoridade, a ponto de terem de ir socorrer-se ao hospital. No meio da balbúrdia toda, o grito era «atirem que é dos dragões». Os imbecis.
Ó santa ingenuidade minha, o artigo em causa não era nada do que eu supunha ( em todo o jornal não há, que eu visse, uma linha que seja a verberar as atitudes de tais díscolos - ai se fosse ao contrário!), mas antes trazer à colação o Olegário Benquerença e todo os restantes membros da arbitragem, no fim de contas, os únicos responsáveis pelo estado, presumo calamitoso, em que segundo ele se encontra o futebol nacional. Afinal os maus são eles, sim, são eles... os árbitros. Os famigerados árbitros. Os piores dos últimos vinte anos, conforme revelou à TVI, o renomado, o super-conceituado. o eminente, o sábio, o dos mil- olhos que tudo enxergam, tudo catam, tudo espiolham em fracções de segundo, o que, em milésimos do mesmo segundo, com tal acuidade, consegue aperceber-se daquilo que ao comum dos mortais nem passa pela cabeça, o grande, o magnífico, o incomensurável Jorge Coroado, cujas afirmações têm por base opiniões de pessoas que ele considera com profundo conhecimento de causa.
Pronto. Não se fala mais nisso. O Coroado ( como é que se esqueceram de o coroar como rei da arbitragem? tanto que gostaria, apesar de pigmeu!) dixit. Que se há-de fazer? Amen.
Mas o tal de Guerra (com dois dedos na cara e um no queixo, numa mise en scéne frustrada da estátua de Rodin) não se fica pelos árbitros. Acrescenta também os dirigentes da arbitragem. Claro, os dirigentes. Porventura, até tem razão! Se também lhes acrescentarem os jornalistas, principalmente a maioria dos jornalistas desportivos. Senhores de uma verdade muito enviesada, muito distorcida e facciosa, muito peculiar. Mas disso não falam eles!
O mais interessante é que este estertor pútrido e nauseabundo se ergue depois de uma arbitragem que foi de uma maneira global contra o F. C. do Porto e os dois lances em questão
foram ajuizados acertadamente, como foi demonstrado, mas que a frustração teima em não reconhecer. É bem verdade que o maior cego é aquele que não quer ver.

Como seria o discurso
Se houvesse um outro percurso
Do almejado campeão!
Guerreia, Guerra, guerreia
A ver se fogo se ateia
E se arma a confusão
Para depois, feito o braseiro,
Acorreres como um bombeiro
Com uma agulheta na mão! ... e, com desleixo, dois dedos na cara e um no queixo !

1 Comments:

At 29 de maio de 2005 às 22:57, Anonymous Anónimo said...

Lindo...genial!

 

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