quarta-feira, novembro 03, 2004

Há noites assim

Miguel Sousa Tavares dizia que a noite de ontem era uma noite de grandes decisões e tinha razão.
Só que, na minha óptica, foi tudo decidido ao contrário. A noite do dia de fiéis e defuntos foi, para todos os fiéis adeptos portistas, o defunto sonho de uma participação condigna na LC ( não era pedir o impossível de repetir as duas anteriores épocas de luxo, mas, ao menos a dignidade de um comportamento menos miserabilista) ; a noite do dia de fiéis e defuntos foi, para todos os fiéis partidários de um mundo livre e democrático, sem tutelas de hegemonias conservadoras e arrogantes, um ideal defunto, um pesadelo que nos faz despertar para uma realidade que tem tanto de imprevisível como de perigoso para o futuro da humanidade.
Mas, se no primeiro caso, o presidente escolheu mal o técnico - os resultados comprovam a evidência que a fé recusava, no segundo, o sistema eleitoral e a poderosa máquina republicana ajudaram a manter no poder um presidente que se prepara para um segundo mandato e, em termos de segurança a nível mundial, oferece uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma, como se costuma dizer.
Mas os americanos também não estão muito interessados nisso. Desde que salvaguardado o seu conforto, a sua segurança e o seu bem-estar, o mundo que se dane.
Como deve estar contente o nosso ministro do mar! Ai, Mar Salgado, oxalá que o teu futuro sal não venham a ser lágrimas de Portugal!