sábado, novembro 06, 2004

Bloco de Notas- 2

Hoje não falo de futebol. Estou em estágio e, como estou em estágio, quero estar de cabeça limpa.
Mesmo que alguém, por um acaso, me queira provocar! É que, de certeza, esse alguém só pode ser um demónio de lampião na mão, vomitando enxofre pestilento e disparando very-lights do fogo que o consome - já se sabe que o inferno é sempre vermelho, tem abutres a que chamam águias e os demónios são rapazes sem nome e sem futuro, que se afirmam aos magotes e, todos de lampião, vão vomitando o enxofre que lhes regurgita das entranhas ( não andam todos enxofrados?) -
ou, então, se não for dos lampiões, só pode ser um daqueles sáurios peçonhentos que aparecem quando há sol, mas se escondem entre as pedras, um desavergonhado provocador que com falinhas mansas me queira desestabilizar!
Seja um ou seja outro não reajo a provocações! Tenho dito. Hoje não falo de futebol. Quero estar de cabeça limpa e não pensar nas trafulhices do CD, nas pressões inqualificáveis do kadhafi e do seu acólito cristão-novo (olhem que o pai do Robinho, ou o avô, ainda são capazes de fazer uma perninha!); não quero lembrar os 'insignes' discursos anti-sistema, se as coisas não correm de feição, do 'escorreito' presidente do cachecol e fungadela (que dom de palavra, que discurso, que fluência, que raciocínio, que arroubo, que coragem, enfim, que parlamentar brilhante se perdeu!).
Não falo de futebol. Pronto.

E, como não falo de futebol, vou abordar temas muito mais profundos e muito mais intelectuais. Por exemplo, vou falar da tal 'quinta' que não vejo, mas deve ser muito importante, porque houve um ministro de estado (só ele?!) que foi despedir-se das concorrentes, outros ministros não perdem pitada do programa, os jornais gastam folhas de papel sobre o assunto... sim, deve ser muito importante!
Pois, ontem, estava eu no café, lendo o jornal, e ouço nas minhas costas, na televisão ligada, uma das participantes mais badaladas de momento, uma execrável e insuportável lampiona ( por que será???), rainha da futilidade e da intriguice, expoente acabado da mediocridade balofa em que vegeta muita da sociedade parasitária portuguesa (principalmente em Lisboa, por que será?), ouço-a, dizia eu, dirigir-se em tom exaltado a um outro concorrente, paradigma hermafrodita dessa mesma sociedade:«não digas que na rua as pessoas têm a mesma ideia de mim do que de ti!». E eu pensei com os meus botões: « Diz o roto para o nu: por que não te vestes tu?».
Isto não é qualquer piada ao facto da referida senhora(!!!) atrás citada vestir de emprestado, segundo se diz. Credo. Ela é lá capaz de tal!
Este país de 'jardins' é um jardim à beira-mar.

Não queria falar de futebol, mas, francamente, não me conformo: só quinze dias ao Fernandez?
Irradiado!!!Ele devia, mas é, ter sido irradiado. Usar de tal linguagem num campo de futebol?
Estamos nalgum concurso de danças de salão ou quê? Estamos num recreio de meninas bem ou nalguma catequese?
Nos campos futebol só se pode usar linguagem de caserna. Mais nada. Vejam lá se o Jaime Pacheco, o Álvaro Magalhães e tantos outros não sabem falar de forma que se entende! Ou os jogadores!
É claro que, inteligente e isento como ele é, o árbitro só podia interpretar a interpelação como uma ofensa. «Isto é falta!». Os neurónios do sadino ficaram em sobressalto: «Só assim? Só isto?E ainda para mais a levantar os braços como quem vai numa procissão? O gajo está a gozar comigo de certeza, ai está, está!» Pumba. Com o exército português não se brinca. O ministro da defesa jamais permitiria. O castigo não tem nada a ver com a lagartagem. É só mera coincidência. Como. aliás. têm sido todas as outras no passado.