Outra vez do mesmo
Esta é a terceira tentativa para retomar a minha actividade bloguista. Como se diz que à terceira é de vez, vamos ver se bate certo. É que os tempos que correm não podem passar sem comentários, sem desabafos, tal o surrealismo em que vamos vivendo...
Raul Brandão referia um comentário de um escritor francês que, a propósito de os bois ajudarem os pescadores a arrastarem para terra as redes da pesca, achava que este nosso Portugal era um país estranho onde os bois iam lavrar o mar. Eu também acho que é um país estranho. Então não é que o Primeiro Ministro deste mesmo país cancela a sua presença num jantar de Estado, para mais tratando-se da despedida do chefe de uma nação cujos laços de amizade e cooperação deveríamos preservar e dinamizar, para, benza-o Deus, estar presente num acontecimento relevante como é a 'moda Lisboa'.
Eu sei que os protocolos são uma xaropada, que deve ser bem mais agradável estar rodeado da corte beijocadeira (só um, se faz favor!!!), bajuladora, muito jet, muito in, intriguista e muito oca, sempre presente nestas mundanices de frivolidade e hipocrisia do que numa refeição onde o glamour (oh, o tão famoso glamour!) não se presta à etiqueta! E então com a perspectiva das mamocas ao léu no decurso do desfile! Tão tentadoras e apetecíveis que só de pensar nelas a boca começa a salivar! Há lá interesse de Estado que resista!
Estranho país o nosso.
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