domingo, junho 26, 2005

Assim é que está bem!

Pois é. Eis-nos regressados com pompa e circunstância aos bons velhos tempos do antigamente, com banhos de multidão, com bandeiras desfraldadas em entusiasmo delirante, com a ênfase quase orgástica da comunicação social a empurrar, a empurrar..., com o mesmo discurso "inteligente e criativo" só ao alcance de quem é presidente ( um dia destes estaremos também a ouvi-lo: «estão aqui a dizer-me que é a segunda vez que venho cá, mas eu tenho a certeza que é a terceira!), com o mesmo altruista espírito de sacrifício que só não é entendido por quem não está vocacionado para estas hercúleas tarefas (apesar das constantes ameaças de demissão, agora não se pode abandonar «esta gente»!), com a mesma desenvoltura linguística (mau grado as suas aberrações discursivas, o outro, o tal de antes do 25 de Abril que foi testa de ferro do reaccionarismo infame e caquético que nos atirou para todas as vicissitudes subsequentes, o outro, o que vestia de almirante, conseguia, apesar de tudo, ter um discurso com um pouco mais de nexo do que o desta reincarnação travestida de vermelho!), com as mesmas tiradas bombásticas e ridículas, com...
Pois é. Assim é que está bem. «Ó tempo, volta para trás/ Dá- me tudo o que perdi/ Tem pena e dá-me a vida /a vida que eu já vivi...». Houve tempo em que este estribilho era cantado pelo António Mourão. Agora, com o alto patrocínio da comunicação social, vai ser adoptado como hino oficial dos lampiões.

1 Comments:

At 6 de julho de 2005 às 08:07, Anonymous Anónimo said...

Eu costumo ler via na Internet, as colunas quer de MST quer de Jorge Olimpio Bento que escreve aos Domingos, esta disponivel no dia seguinte da edicao electronica.
Ha paragrafo que diz tudo quanto a integridade dos arbitros:
"No decurso de uma já longa carreira de docência e exercício de cargos nunca alguém tentou, por qualquer forma, corromper-me. Se isso acontecesse, teria forçosamente que tirar uma ilação e ficar deveras preocupado: a imagem que eu dava de mim e o conceito em que era tido pelos outros eram péssimos. Em face desse juízo só me restava empreender esforços para alterar aquele quadro ou então conformar- me a um destino triste, deprimente e desgraçado, de indigência ética e moral. "

Todos os arbitros deviam de ter esta parte do texto nos balnearios dos estadios onde vao arbitrar e ler em voz alta antes de entrar em campo.

 

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